sexta-feira, março 06, 2009

Realizações dopadas



Ouvi hoje falar, nos Sinais da TSF, de uma recente investigação alemã que revela que existe uma grande percentagem de pessoas que recorre ao doping para conseguir realizar os objectivos profissionais e aguentar a pressão.
Dizem eles que a exigência das jornadas de trabalho e a necessidade de superação constante levam as pessoas a renderem-se a aditivos que ajudem a superar as dificuldades. Os estimulantes usados têm normalmente efeitos secundários e provocam habituação e dependência.

Devo confessar que isto me provoca uma enorma confusão e me põe a pensar...

Não é para mim, de todo, uma realidade nova ou distante.
Faz-me confusão desde sempre... os colegas de curso que tomam aditivos para aumentar o rendimento do estudo, o colega que para conseguir entregar a tese mete uns suplementos para dentro, a amiga que para aguentar a última fase de estudo para o exame da especialidade se socorre dos anti-depressivos...
Não os julgo, não julgo ninguém, mas de cada vez me volto a questionar sobre o sentido disto. Até que ponto os fins justificam os meios? O que é que estamos dispostos a fazer para atingir os nossos objectivos? Onde é que está o verdadeiro valor, é no que se consegue ou na forma como se consegue?

São as questões que eu coloco e sinto que isto não é radicalizável, e pode dar muito por onde discutir perspectivas. Mas no fundo acho isto tudo muito estranho, acho que o meu lado purista não me deixa aceitar e relativizar questões destas... e ele lá deve ter as suas razões.